terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

"O homem que não estava lá"

Os olhares cinzas cortam o ar como navalha, sem ruído, silenciosamente letais.
Avaliam cada segundo, cada seguinte, detalhista ao tempo e espaço.
Focados.

Por isso prefiro os olhares vazios.

Perdidos,

Sem cor; concentrados no atemporal da alma, no indizível do sentir.
Tão absurdamente repleto ...

O inclassificável olhar vazio.

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Uma névoa branca cobria os rostos enublados de fumo.
Todos falavam muito alto, talvez pela embriaguez de suas vontades,
Talvez pela vontade de embriaguez.

Perguntava-me se por algum momento ouviam-se.
Então, falava baixo.

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