terça-feira, 20 de dezembro de 2005

O esquecer de esquecer (A Paz)

Lágrimas de chuva
Enturvavam uma lua sonhadora;
A esperança do amor, no
Verdadeiro amor.

Chegava-se a acreditar que
Tudo não passara
De um lastimável engano.
Engano.

Tudo. Tudo.
Sempre impresso na alma, mesmo na
Tentativa de a ignorar...

Efemeridades tão eternas...

O Ardor incabível,
Queimando o desejo na simples troca
De olhar.

Nossos Corpos entrelaçados numa química
Mágica,
Insolúvel.

Ambos Partilhando uma essência una,
Quando o mundo nos fazia em pedaços.

Transformados.
Carregando para sempre,
Mesmo sem que se de conta,
Uma centelha vivaz do outro.

(...)

Por fim, embalsamado o Amor;
A terna e agradável certeza de que nada fora em vão.
Nada.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Angústia (pós-moderna?)

Começa tudo como um simples juramento.
Cai do alto que nem repente solto.

- Toque a terra empurrado pelo vento.
- Quique no chão arrependido e quase morto.
- Caminhe parco vazio e remelento.

Rodopiam-se os sonhos suicidando-se da ponte do destino.
Cambaleiam num pé voando como dançarinos.

O tempo amofina.
O sangue corre
Rotinado e sem cor.

Gritei ao filho que não remediava.
Clamei ao pai que se quer me escutava.

Carreguei minhas saudades pelos braços...
pesados desprazeres, muito mais com embaraços...

Esvaindo-se a fé, aumenta-se o tormento.

Ao fim,
tudo não passa
de um lustroso e sedutor
Descontentamento.