domingo, 15 de maio de 2005

Mortificada paz

Cerrei-me os lábios
Para não mais tocar teu rosto;

Embriaguei-me a língua
Para não mais lembrar teu gosto;

Enublei-me a mente
Para não mais pensar no amor;

Sequei-me as artérias
Para não mais sangrar a dor.

(...)

Mesmo anulando-me a Carne,
Estava você entalhada em meu Ser.

Sigo então,
Até quando esquecer
De esquecer.

3 comentários:

Anônimo disse...

'A Paz'parte 1?

A.B. disse...

Se assim preferir.
Diria que "A paz" é uma segunda e conclusiva parte natural deste aqui, o "esquecer de esquecer".
Dois momentos de um mesmo amor.

Anônimo disse...

"Mas quanto mais perfeito o artista, mais completamente estão separados nele o homem que sofre e o espirito que cria e, de maneira mais perfeita, o espírito digere e transmuta as paixões que são seu material."
(T. S. Eliot)